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Como os dados estão revolucionando o universo do golfe

Estratégia   |   Heather Harris   |   23 de março de 2023

Ícone da LPGA, Michelle Wie West é uma das maiores estrelas do golfe mundial. Aos 10 anos de idade, tornou-se a atleta mais jovem a disputar um campeonato amador da USGA. "Consegui evoluir muito rápido e comecei a me inscrever em eventos profissionais. Quando tinha 12 anos, me classifiquei para o primeiro torneio da LPGA", conta a atleta. Michelle continuou progredindo em ritmo acelerado e percebeu que poderia usar o poder dos dados para seguir melhorando e atingir altos níveis de desempenho.

Criada por um pai que era professor de estatística, Wie West descobriu logo cedo a importância da análise no esporte. Na época, a jovem tinha pouco conhecimento sobre planilhas e números, mas sempre soube que eles seriam fundamentais e precisaria aproveitar tais recursos. Com a expansão da carreira como investidora e empresária, West aprofundou ainda mais suas habilidades e confiança na análise.

E enfatiza: "No meu caso, aplico diversas ferramentas analíticas, mas também jogo muito com a intuição. Por isso, o aspecto mais relevante foi poder combinar os dados com minhas percepções". Conforme seu jogo avança, o mesmo acontece com os atributos específicos das informações que ela usa. Em determinado ponto da sua jornada de sucesso, o objetivo da golfista era aumentar a consistência. Para alcançar essa meta, ela investiu consideravelmente em estatísticas. O foco era estar 80% no fairway (centro do campo), 80% na área do green (onde ficam os buracos) e evitar 3 putts.

Analytics e mudanças no cenário esportivo

Desde então, ocorreram inúmeras mudanças no mercado do golfe, transformando o setor que movimenta cerca de US$ 90 bilhões por ano em todo o mundo. As métricas mais importantes do esporte incluem a precisão da tacada e a distância alcançada. Hoje em dia, diversos praticantes utilizam o strokes gained para atualizar suas práticas, estratégias e aprimorar pontos fracos do jogo. Muitos deles observaram avanços em relação aos dois indicadores devido ao potencial analítico. Além disso, normalmente golfistas conseguem acertar a bola em menos tempo e, consequentemente, com maior acurácia. Há 20 ou 30 anos, existiam poucos atletas de alto rendimento. Mesmo assim, não possuíam tanto rigor.

Com insights gerados por meio dos dados para otimizar a performance do jogador, a distância e a precisão melhoraram de forma significativa. West ressalta: "Tudo se resume em acertar a bola nos buracos com o menor número de tacadas possível, além de criar jogadas rápidas e acuradas.

Com a crescente adoção de estatísticas e análises no cenário do golfe, surgem várias plataformas e tecnologias para orientar jogadores. Muitos profissionais contratam serviços terceirizados para ajudar no monitoramento dos dados. A Sportsbox AI, por exemplo, empresa na qual Michelle é investidora, é um aplicativo com tecnologia 3D, que registra o swing através de câmeras com oito ângulos diferentes.

Durante a recuperação de lesões, a atleta conta com ferramentas baseadas em IA, que permitem controlar a carga de treinamento para auxiliar cada representante incluído no protocolo de reabilitação. As máquinas também conseguem analisar movimentos específicos, identificando pontos fortes e fracos para apoiar o processo de recuperação e/ou treinamento.

Outra área onde jogadores recorrem ao poder dos dados e analytics é o mapeamento do green, desenvolvido com sistemas de medição a laser, que detectam a inclinação dos buracos com um grau de precisão de 0,1. Contudo, West afirma: "A USGA tem tentado restringir o uso de tecnologias disponíveis no campo de golfe". E até mesmo para seu próprio jogo, comenta: "Existem tantas informações, tantos… métodos analíticos…, que podem acabar gerando efeitos negativos. Por isso, sou uma atleta que atua dentro do campo, mas gosto de tentar combinar as duas características e assegurar que minhas percepções possam ser baseadas em dados".

Aproveitando os dados para melhorar a experiência dos fãs

A estrela também fala sobre como torcedores de golfe e a mídia esperam mais informações e análises como parte da experiência do público. Tanto fãs quanto imprensa buscam entender declarações como: "O jogador apresenta um desempenho incrível em tal campo". Eles querem saber o "porquê" e esperam que as respostas estejam fundamentadas em dados e analytics.

A cultura do golfe continua crescendo e conquistando praticantes mais jovens, assim como um maior número de mulheres. Campos de golfe de última geração, como Topgolf e Popstroke, têm ganhado popularidade no mundo todo. Além disso, campos de par-três e golfe noturno atraem cada vez mais visitantes. West acrescenta: "Acredito que estamos vendo no PGA Tour, tudo gira em torno da diversão. O importante é entreter. Os jogadores do PGA Tour têm plena consciência disso. O mesmo acontece conosco no LPGA Tour. Somos profissionais do entretenimento. Sabemos que precisamos entreter quando estamos na TV."

Ampliando o jogo

Agora, West diz que pretende tornar o jogo mais acessível. Para isso, ela tem colaborado com a Sportsbox AI, uma empresa de tecnologia 3D, responsável pela criação de um aplicativo móvel, que oferece insights sobre o swing e o desempenho do usuário, com preços mais competitivos. Ela explica que, "antigamente recursos 3D eram disponíveis apenas para clientes que podiam investir alto, como jogadores de elite e treinadores de ponta, porque custavam muito caro."

Por fim, como empresária e investidora, a atleta afirma que segue aprendendo a ganhar confiança. Ela aposta na capacidade do software PitchBook, e declara: "Com investimentos, ainda estou estudando e não acredito que minhas intuições estejam certas o tempo todo. É muito bom extrair os dados e, em seguida, aproveitá-los para fundamentar quando sinto algo positivo, pois sei que estou tomando a decisão adequada."

Para saber mais

Inscreva-se para assistir à entrevista completa com Michelle Wie West e, descubra novas formas de alavancar o potencial analítico no esporte e nos negócios.

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